terça-feira, 24 de novembro de 2009

Saudade

Quando algo me aflige, quando me aperta o peito, eu uso meus dedos.
Ponho na caneta que escreve estas palavras todo o meu sentimento, derramo sobre o papel a tinha que é quase o sangue que eu derramo por dentro, quando o vazio se apossa de mim.
No colorido do traçado, muitas vezes azul, está boa parte do que me destruiria se estivesse em mim. Cada minuto gasto a escrever é um minuto ganho em paz de espírito.
Enquanto meus dedos correm por estas páginas, musica corre pelos meus ouvidos. O som da chuva lá fora numa tarde quente de verão é música, o tinir da caneta no papel é musica, a dor no peito que bate forte, de saudade, também é musica.
Só existe uma dor no homem, saudade. Saudade é como quando falta açúcar no chá. É bom, faz bem, mas ainda falta alguma coisa que dê sabor.
Mergulhar na insensatez muitas vezes é uma fuga, mas nem sempre acaba por preencher estas lacunas. A palavra que define a saudade é : falta. Tem sempre a insistente ausência de alguma coisa que se faz notoriamente presente em nós.
Quando foi que esta dor começou a doer?
E quando é que ela vai parar?
Saudade é a presença da ausência que dói no peito e sangra, mas um dia sara.
Tenho até às 00:00hs do dia de amanhã para acabar com esta saudade.
Eu sou Maria. Não há mais espaço para esta ausência. Faça-se presente. Preencha.
Estes, que não sei se verdes ou azuis, são lindos, os mais lindos olhos que eu já vi.
Abre esta janela novamente a mim, me deixa entrar, prometo em troca , nunca mais sair.